Objectivos do Milénio

Sudão do Sul

O Sudão do Sul declarou independência a 9 de Julho de 2011, na sequência de um acordo de paz assinado em 2005 entre o governo do Sudão e as autoridades sudanesas do sul. No presente texto, todos os dados inerentes ao período anterior à Independência são reportados sob a referência “Sul do Sudão”, ou seja, na região sul do país do Sudão antes da divisão.

No Sul do Sudão, a fome crónica diminuiu de 48% para 33%, entre 1995 e 2004. No entanto, mais de metade da população continua a viver abaixo do limiar de pobreza nacional, ou seja, um em cada quatro habitantes é pobre. O Plano de Desenvolvimento do Sudão do Sul pretende reduzir o valor para 46% até 2013. A iniciativa-chave impulsionada pelo Governo passa pela atribuição de uma ajuda financeira/social a, pelo menos, 20% das famílias.
Informações obtidas através de recentes pesquisas têm dado a conhecer o grau de pobreza maciça e a situação deplorável a nível de desenvolvimento humano no Sudão do Sul. O país enfrentou anos de conflito armado, que só terminou em 2005, cinco anos após a adopção da Declaração do Milénio. O arranque de esforços e trabalhos em relação aos ODM foi adiado e partiu de uma base muito baixo. De um ponto de vista realista, o Sudão do Sul não vai conseguir atingir a maioria das metas traçadas nos ODM, até 2015.


Segundo dados da ONG Save The Children, de 2011, o Sudão do Sul está entre os países com os níveis de escolaridade mais baixos: 98% das crianças abandonam o ensino básico. Apenas 7% dos professores tiveram formação “qualificada”. Mais de 80% das raparigas nunca foram à escola e apenas 6% das raparigas que ingressaram na escola é que concluíram os estudos.

O Plano de Desenvolvimento do Sudão do Sul definiu a meta de 65% de crianças inscritas no ensino primário, a conquistar nos próximos três anos. Um objectivo ambicioso.


Em 2009, no Sul do Sudão, as meninas representavam menos de 37% das matrículas na escola primária. Há mais 20% de homens alfabetizados do que raparigas. Aumentar o número de meninas nas escolas é determinante, não só para melhorar as probabilidades de subsistência como para reduzir o impacto de problemas sobre a saúde, a nutrição e educação dos seus filhos. A escolarização das meninas pode ainda contribuir para a diminuição de casamentos precoces bem como travar o crescimento populacional insustentável.


A taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos, no Sul do Sudão, diminuiu de 250 por cada 1.000 nados vivos, em 2001, para 135, em 2006. Dados da ONG Save The Children revelam que uma em cada quatro crianças morre antes de completar cinco anos e mais de metade das meninas e meninos sofre de má-nutrição. A mortalidade infantil deste país está entre as mais altas do mundo!
Pneumonia, malária, diarreia e má-nutrição continuam a ser as principais causas de morte de crianças menores de cinco anos.
De acordo com o Plano de Desenvolvimento do Sudão do Sul, a meta é reduzir esta taxa em cerca de 20%, nas zonas rurais. Esta é uma prioridade para o sucesso do Sudão do Sul, que implica travar a transmissão de doenças mortais e ampliar a cobertura da vacinação.


O Sudão do Sul tem a maior taxa de mortalidade materna do mundo: mais de 2 mil mulheres perdem a vida, por cada 100.000 nascimentos. Isto significa que uma em cada sete mulheres morre por causa de problemas relacionados à gravidez. Actualmente, calcula-se que exista apenas uma parteira qualificada por cada 30 mil pessoas e que apenas 10% de todos os nascimentos tenham sido assistidos por profissionais de saúde ou parteiras.
O PNUD (Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e o FNUAP (Fundo das Nações Unidas para a População) estão a apoiar iniciativas de capacitação que incluem a participação de profissionais de saúde internacionais na formação das parteiras.


Apesar de existir pouca informação sobre o VIH/sida no Sudão do Sul, diversos relatórios revelam aumentos anuais na taxa de prevalência da doença bem como um conhecimento extremamente limitado da população em relação à prevenção. Em 2006, a prevalência do VIH/sida na população (com idades compreendidas entre os 51 e os 24 anos) era de 3,1%. Por sua vez, a malária é considerada híper-endémica neste país.
O PNUD está a gerir o Fundo Global para o VIH/sida, a tuberculose e a malária, no Sudão do Sul. Neste sentido, está em marcha um plano de apoio organizacional e técnico, incluindo estudos de vigilância e programas de prevenção e tratamento.


O acesso a água potável básico aumentou de 47%, em 2006, para 67,7%, em2010. Também os níveis de acesso ao saneamento básico subiram de 6,4%, em 2006, para 14,6 %, em 2010. No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer para aproximar estes valores do que é considerado aceitável.


O progresso nesta meta será fundamental para reduzir a dependência do petróleo para as trocas internacionais bem como aliviar o nível de importações para muitas necessidades básicas. Por outro lado, os esforços neste ODM visam também a diminuição da dívida e a melhoria do acesso aos mercados estrangeiros.
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